segunda-feira, abril 11, 2005

Saudade

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Sempre que a noite chega, a solidão vem falar em sussurro. E a saudade penetra bem cá dentro como um pouco de luar dentro de minha noite imensa. Uma noite percorrendo com lentidão os minutos passando até ao raiar do dia que tarda. E vai deixando aos poucos aquele toque de beleza e suavidade. Vai vertendo prata nos recantos mais sombrios, nos sítios mais esconsos. Vai enfeitando de luz as flores mais puras. Assim é derramada em meu sentir a saudade e consegue transformar em beleza a tristeza infinita do presente, porque traz para mim o encanto das horas mortas do passado.

Traz o gosto perdido de beijos húmidos de amor, transporta o calor dos abraços inesquecíveis, transmite o eco sussurrado das palavras que não foram ditas, por não necessárias.

Cerro os olhos e tento a recordar... Começo a cogitar no que foi o meu todo e agora é apenas a minha saudade. Começo a pensar naquele pedaço que me abandonou em tristeza e dor... Que esqueceu que meu amor era sincero... Que não se lembrou que tudo em mim era um pouco de ti.

Que não pensou que minha vida sem a tua, era uma caminhada de tédio e de angústia...
Agora estou só... E a saudade. Ela é a própria tristeza. Ah, e eu não sabia que a saudade doesse tanto! Fico olhando para as estrelas e implorando que leve até onde o teu sorriso mora esta minha saudade, para que venha correndo para os meus braços. A saudade... Ela é a própria amargura... Ela é tudo que eu tive e não tenho mais, é o meu único alento, todo o meu sol, todo o meu luar, toda a minha vida. Mas é graças a essa saudade, que eu sinto e vivo a tua presença

7 comentários:

Cris disse...

A saudade doi, mas é a marca mais visível do amor. Sentir saudade é chegar mais perto, é saber tocar sentindo!

Magnífico, este texto e belo o retrato da Saudade!

Um beijo doce

Mitsou disse...

Hoje vim ler as tuas cartas perdidas. Já não sei o que dizer-te, Alexandre. Ando a pensar afastar-me deste mundo dos blogs, sei que a falta de tempo é uma desculpa esfarrapada mas no meu caso é mesmo o que se passa. E ainda não me afastei. Nem vou conseguir, eu sei. Posso espaçar os meus posts mas tenho de cá vir todos os dias. Há cantinhos sem os quais já não passo. O teu é um deles. Sabes, não sabes? Um beijo grande e um óptimo domingo.

Mitsou disse...

Dói, sim, esta saudade. Mas há outra que também magoa: a saudade do que não se viveu. Paradoxo? Talvez...Um beijo, Alexandre.

Cris disse...

Já tenho saudades de ler mais saudades tuas!...

Beijinho grande

Mitsou disse...

Faço minhas as palavras da Cris. Um beijo :)

Livre-Mente disse...

E porque de muitos dias é feita a noite e porque de muitos momentos é feito um encaixe mais que imperfeito..
à quem tenha falta do eu disfarçado de outro mas á quem nao consiga sentir essa falta sequer..ou mesmo sentir a verdadeira palavra saudade..
Gostei do teu texto..

LOCADORA NOVO MILENIO disse...

de parabens vc e unico nuca lie um alind asaudade asim adorei...muito agora sei o quanto e ruim fica so e com saudades.