domingo, outubro 02, 2005

Inerte

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Basta apenas uma só flor, de qualquer perfume que nos inebria e se vira para um horizonte por descobrir. No ar, no mar de um oceano por navegar, na forte emoção de viver tempestade e de um olhar de um jamais de mãos erguidas num alcançar perdido. Foi o que afirmou o filósofo, bretão, estranho, pulsando na ponta da língua o muito que ficou por dizer. Vá, conta-me o que te mata, o que destrói o teu sentir. Diz-me o que comanda o teu coração. Esse que pulsa em teu peito, vestido de vermelho a martelar, incessante, a suprimir todos os medos, os que ficam e os que se perdem na areia molhada de uma praia deserta. Certeira, directa à espinha, enquanto grita verde a canção do nunca mais e ficas. Ali. Inerte. Paralítica. Na procura de uma cadeira de rodas. Perdida no caminhar.

5 comentários:

Raquel Vasconcelos disse...

Forte! Muito Forte!

E há quem saiba? E há quem diga?
E há quem sequer se confesse paralítico?


Bj

Cris disse...

Sei de uma lágrima que correu...
Há flores que n morrem na inércia!

Intenso!

Fica um beijo...

Conceição Paulino disse...

bolas! k murro levei. Imagem e palavras....Bj

Mitsou disse...

Que saudades dos teus textos, Alexandre! Com este, então, fiquei emudecida. Deixo-te um beijo doce. Só isso.

Fragmentos Betty Martins disse...

Olá Alexandre

Triste... alma partida, dorida feita em pedaços...
de um corpo
inerte

Nas tuas palavras
ouve-se
o
grito...

Um beijo