terça-feira, fevereiro 08, 2005

Esta noite…

Recuso gritar aos ventos toda a poesia que de mim emana, porque não sou poeta. Prefiro o sonho de, em cada recanto escondido, em cada saliência oferecida, do teu corpo a meu lado estendido, unir cada contorno no leve roçar dos nossos ventres. Desejo que nossas mãos se movimentem ao som dos nossos sussurrados gemidos na procura do que os nossos sentidos já há muito encontraram. Quero fluir nos teus braços a poesia que não desejo apregoar porque em teu regaço a desejo confiar.

Esta noite quero apenas dançar em teu corpo nu num rodopiar sem sentido, nossas bocas unidas e nossas línguas lutando por um espaço conquistar. Não desejo apenas sentir o amor que nos une, mas viver cada frémito em segundos infindos, como se fossem eternidades.

No agonizar do teu corpo quero encontrar a gota da vida que faz palpitar os nossos corpos unidos. Quero em teus seios repousar ouvindo os ventos soando e que a lua ilumine o âmago dos nossos desejos numa espera ansiosa. Cantaremos a uma só voz cada compasso em suspiro e numa dança ritmada nossos desejos subirão nas ondas do mar até desaguarem em ti e de ti.

E mais uma vez atiramos, com toda a força do nosso amor, toda a razão que ordena uma vontade que nos ultrapassa. Apenas com o sorriso do nosso olhar e a nossa voz distante, até ao momento que seja o instante.

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