quarta-feira, fevereiro 16, 2005

O trilho

Esquece todas as cartas que enviei. Para hoje nada resta e esta não é a carta. Apenas um pedaço mais e desta janela atiro para longe, até onde o vento a levar.

É do meu, do teu, do nosso conhecimento. Esta é a parte que agrega a parte que somos, de todas aquelas desmemorias que nos servem, da falta de vontade de levantar bandeiras a todo o momento, o brilho que ofusca de um vestido sob o sol de meio-dia, o vermelho fogo. Aquele trilho nunca percorrido, o caminhar perdido numa floresta de sentidos.

Há algo aqui dentro explícito, não me recordo bem onde. Eu sei. Ah, se sei! Vivo de todas as coisas e nelas me fantasio. Não há medida segura, nem história, não há o que ser apagado, nem redito. Existe apenas e isso basta, passa, de uma forma estranha. Esquece todas as cartas, como esquece o trilho. Talvez precise calar tua boca com corpos e palavras, mas aqui reconte e fica a história.

1 comentário:

Cris disse...

O belo jamais pode ser esquecido ou apagado...

beijo