terça-feira, fevereiro 08, 2005

Fiquei…

Ouvi o teu chamado, a vontade de encurtar distâncias, o caminhar para um encontro desejado, a tua voz subindo de tom, as palavras que trocamos em silêncios que nos enlaçaram.
Mas eu fiquei quieta no meu canto.
Senti o desejo de partir numa corrida sem parar, o sorriso que por fim coloriu meus lábios, os meus seios estremeceram de um prazer antecipado, quis deitar-me contigo naquela praia por descobrir, sentir as ondas espraiando-se pelo meu corpo.
Mas eu fiquei quieta no meu canto.
Os teus braços estendidos, as tuas mãos abertas, os teus dedos suplicando e, dentro de mim, a vontade cresceu.
Mas eu fiquei quieta no meu canto.
Levantei-me e corri. Tinha urgência de cair em teus braços, aconchegar-me no teu corpo, sentir o teu calor, saborear os teus lábios sugando os meus, lutar contra a tua língua, mas acabando por ceder o espaço, abrir-me numa oferta. Procurei-te no horizonte. Dobrei esquinas, percorri ruas, espreitei vielas. Não estavas mais.
E eu voltei a ficar quieta no meu canto.

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