terça-feira, fevereiro 08, 2005

Aqui eu não fico

De aromas divinos eu busco mas me quedo nos silvestres, pois eles me fazem recordar o teu corpo por onde deixo que as pontas dos meus dedos percorrem em terno deleite. Procuro descobrir o que já conheço, sentir o pulsar de todos os sentidos ternamente despertos.

Recordo cada instante, cada peça de roupa atirada ao abandono, como foi o abandono em nossos braços. O respirar de nossas bocas entreabertas, sôfregas de nossas línguas. Teu corpo em oferenda de cada espaço, o querer sentir muito para além dos tremores sem temores. Aquela entrega de não se saber quem é quem. Aquele perder do norte no percurso do teu corpo.

Procuro aquietando a espera e recuso a perda das imperfeições que se espalham no areal das nossas vontades e dos trilhos farei minha estrada, meu caminho, meu destino. Aqui eu não fico. Quero mergulhar no último dos oceanos.

1 comentário:

Cris disse...

Cheira a ternura neste espaço... e é delicioso o caminhar por entre estes trilhos de recordações e sentidos vivos. Apetece sentar e permanecer... apetece...

Um beijo